18 março 2006

Ciclo

Um passo. Caminho por terra subindo ao sabor do vento.
De repente, encanto-me com um floco de neve alvo, brilhante,
que dança a flutuar no ar cortante.
Na ambição de lhe agarrar a beleza,
estendo-lhe a mão, gelada pelo vento.
Ele deita-se, por momentos,
como quem se aconchega no colo da mãe.
Era belo sozinho, mas o meu calor cresce e desvanece-o.
Desfaz-se, escorre por entre os meus dedos. Cai.
Era nuvem longínqua e alta, foi neve candida de luz,
agora é pingo ou chuvisco...

mas sei que vive num ribeiro que caminha para o mar.

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